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Skull, Face and Neck - Year2013 - Volume28 - (3 Suppl.1)

INTRODUÇÃO

Os pacientes portadores de fissura labial ou labiopalatina unilateral possuem deformidades características da região nasal. Essa deformidade atinge principalmente a ponta e o septo nasal. Sua correção cirúrgica definitiva é realizada após o crescimento facial completo, muitas vezes necessitando de nova correçãolabialsecundária.Arinosseptoplastia nesses casos é, na maioria das vezes, aberta, com o tratamento da ponta, usando-se enxertos retirados do septo.


OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é demonstrar os resultados estéticos e funcionais das rinosseptoplastias realizadas em pacientes portadores de fissuras labiais unilaterais, operados entre 2008 e 2009, por um mesmo cirurgião, em dois centros de tratamento em fissuras labiopalatinas, um no Paraná e outro em Santa Catarina.


MÉTODO

Foram realizadas 107 rinosseptoplastias em 83 pacientes com deformidade nasal associada a fissura labial unilateral, sendo 85 abertas e 22 fechadas, entre 2008 e 2009. A idade mínima foi de 14 anos e a idade máxima de 59 anos, 41 pacientes eram do sexo feminino e 42 do sexo masculino, sendo 50 pacientes com fissura unilateral transforame e 33 pacientes com fissura unilateral pré-forame. As cirurgias foram realizadas em dois centros de referência no tratamento de pacientes com fissuras labiopalatinas: Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal (Curitiba, PR) e Centrinho Prefeito Luís Gomes (Joinvile, SC).


RESULTADOS

Todas as cirurgias foram realizadas sob anestesia geral associada a bloqueios locais. O tempo de internação foi de 24 horas e o pós-operatório para retirada de pontos, de 7 dias. As revisões tardias ocorreram 1 mês, 6 meses e 12 meses após a cirurgia. As rinosseptoplastias abertas foram realizadas nas deformidades mais graves e as fechadas, em casos de pouca assimetria de ponta nasal ou em cirurgias secundárias. Após infiltração local, a incisão da columela é realizada em "V". A ponta é dissecada cuidadosamente até o dorso nasal, quando o mesmo precisa ser tratado. A dissecção do septo é subpericondral da ponta até a parte posterior apenas no lado fissurado. A parte cartilaginosa é tratada com ressecção da parte mais inferior desviada e dissecada até o septo caudal. Em alguns casos, o septo caudal pode ser ressecado ou reposicionado centralmente. Na maioria das vezes, a espinha nasal também está desviada, sendo parcialmente ressecada com escopro, assim como o desvio ósseo posterior. A parte desviada do septo cartilaginoso é tratada com ressecção parcial, deixando uma estrutura em "L" para suporte do nariz. A cartilagem ressecada é usada para confecção de enxertos. O septo é fechado com pontos tipo "colchoneiro" para retirar o espaço morto, evitando o uso de tampões. Os cornetos são tratados de forma conservadora por meio de eletrocoagulação, turbinectomias, turbinoplastias ou luxação. Em casos em que o dorso deve ser tratado, essa etapa deverá preceder o tratamento do septo e de forma convencional, como é feito na rinoplastia estética. Nos casos de ressecção parcial do dorso osseocartilaginoso, spreaders flaps são confeccionados no dorso. Em casos em que a cartilagem lateral inferior do lado fissurado está fixada muito inferiormente, realiza-se uma liberação em "VY", com fechamento direto. A ponta nasal é o tempo cirúrgico mais complexo e importante e é iniciado com pequena ressecção posterior das cartilagens laterais inferiores, que deverão ser ressuturadas, reconstruindo o skroll bilateralmente. Após esse procedimento, pontos intradomais bilaterais são feitos para confecção de neodomo bilateralmente. Um ponto intradomo posterior também é feito para unir o domo posteriormente e para estabilizar a ponta nasal. Para finalizar, é colocado um enxerto tipo estaca na columela entre as cartilagens e fixado com um ou dois pontos, e um enxerto tipo escudo de Sheen, anteriormente às alares, também é fixado. A sutura da incisão da columela é fechada com fio de náilon 6-0 e a parte interna, com vicryl 5-0. Splints intranasais são usados em casos de lesão da mucosa septal, para evitar futuras sinéquias. Microporagem é sempre feita e Aquaplast é utilizado em casos de fratura dos ossos nasais. Nas rinosseptoplastias fechadas, as incisões são intercartilaginosas bilaterais com avançamento em "VY" do lado fissurado, associado a pontos interdomos e captonados laterais. A septoplastia é realizada por meio de incisão no subsepto e de forma semelhante à rinoplastia estética.


CONCLUSÃO

Apesar de o tratamento primário da deformidade nasal na fissura unilateral já estar descrito desde a década de 1970, em serviços de referência ao tratamento do fissurado ainda encontram-se inúmeros casos de pacientes em que somente o lábio foi tratado, desenvolvendo graves deformidades nasais. Esses pacientes, muitas vezes, necessitam ser reoperados, para que se possa alcançar um resultado mais satisfatório.

 

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