 
                
                 
                
                Body and Chest - Year 2012 - Volume 27 - (3 Suppl.1)
                        Impacto da quimioterapia neoadjuvante na incidência de complicações pós-operatórias em pacientes submetidas a reconstruções mamárias imediatas
                    
                    Para pacientes com câncer de mama localmente avançado, a quimioterapia neoadjuvante, além de permitir testar a eficácia da droga utilizada, tem demonstradoa possibilidade de reduçãodotamanho tumoral, o que preserva maior quantidade de envelope de pele, facilitando o processo de reconstrução imediata. Entretanto, a combinação da quimioterapia neoadjuvante e da reconstrução imediata é um campo em discussão. Há dúvidas se as drogas citotóxicas utilizadas na quimioterapia e o momento em que estas são empregadas poderiam produzir efeitos adversos locais e sistêmicos, aumentando a incidência de complicações pós-operatórias em pacientes submetidas a reconstruções imediatas.
OBJETIVO
Avaliar o impacto da quimioterapia neoadjuvante na incidência de complicações pós-operatórias em pacientes submetidas a mastectomias com reconstruções mamárias imediatas.
MÉTODO
Foi realizada revisão retrospectiva dos prontuários das pacientes submetidas à reconstrução mamária no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2012, sendo selecionados aqueles cujas reconstruções foram realizadas no mesmo tempo da mastectomia, totalizando 54 pacientes. A não indicação da quimioterapia e, nos casos em que esta foi indicada, o momento de realização da mesma foram definidas pelo oncologista clínico, baseado nas características histológicas e imunoistoquímicas do tumor de cada paciente. Todos as pacientes realizaram um acompanhamento pós-operatório de, no mínimo, 5 meses. As pacientes foram divididas em 3 grupos: grupo que recebeu quimioterapia neoadjuvante (grupo 1), grupo que não recebeu quimioterapia (grupo 2) e grupo que recebeu quimioterapia adjuvante (grupo 3). As características analisadas foram idade, presença de comorbidades, características tumorais, método de reconstrução realizado e complicações observadas. Complicações menores foram definidas como a presença de seroma, hematoma, áreas pequenas de deiscência e epidermólise. Complicações maiores foram definidas como infecção, áreas de necrose e diagnóstico de tromboembolismo pulmonar. As pacientes submetidas à quimioterapia neoadjuvante (grupo 1) foram comparadas às que não receberam qualquer forma de quimioterapia (grupo 2) e às que receberam quimioterapia adjuvante (grupo 3). Os resultados foram analisados com os testes estatísticos de Anova, Levene, Qui-Quadrado e Kruskal Wallis.
RESULTADOS
Cinquenta e quatro pacientes foram selecionadas, totalizando 71 reconstruções imediatas; sendo 13 pacientes alocadas no grupo 1, 23 no grupo 2 e 18 no grupo 3. Os métodos de reconstrução empregados foram retalhos locais, próteses, expansores, retalhos miocutâneos do músculo reto abdominal (TRAM) e retalhos miocutâneos do músculo grande dorsal associado à prótese (GD). As pacientes analisadas possuíam idade entre 28 e 73 anos (média de 51,2 anos). A média de idade foi de 44,2 anos no grupo 1, 54,3 anos no grupo 2 e 52,2 anos no grupo 3, sendo considerada homogênea entre os grupos (p=0,053). Cerca de 44,4% das pacientes possuíam algum tipo de comorbidade, tais como exposição ao tabaco, obesidade, antecedente de revascularização miocárdica ou diabetes. Os grupos foram considerados homogêneos entre si (p=0,972) com relação à existência de comorbidades. Com relação às características do tumor, tem-se que 58,2% das pacientes tinham CDI e 18,2% tinham CDIS. Com relação ao método de reconstrução, verificou-se que 68,5% das pacientes foram submetidas à reconstrução unilateral e 31,5% à bilateral. O principal método empregado foi o expansor (52,1%), seguido do TRAM (26,8%) e do GD (15,5%). Observou-se um percentual médio de 38% de reconstruções com complicação, sendo visto no Grupo 3 a maior incidência (47,8%). Na avaliação das complicações menores, a incidência média foi de 25,4%, chegando a ser de 33,3% no Grupo 1. Entre as complicações maiores, a incidência média foi de 12,7%, sendo superior no Grupo 3 (21,7%). A incidência de complicação, independente de sua gravidade, não foi considerada significativa entre os grupos (p=0,407). Para ambos os tipos de complicação, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes (p=0,667 e p=0,280).
CONCLUSÃO
A quimioterapia neoadjuvante, quando associada à reconstrução mamária imediata, não resultou em aumento de complicações na amostra analisada. Conclui-se, portanto, que não são procedimentos incompatíveis, podendo ser empregados conjuntamente.



 Read in Portuguese
Read in Portuguese
                     PDF PT
PDF PT
                     Print
                    Print
                 Send this article by email
                    Send this article by email
                 How to Cite
                    How to Cite
                 Mendeley
                    Mendeley
                 Pocket
                    Pocket
                 Facebook
                    Facebook
                 Twitter
                    Twitter