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                        A técnica de cruroplastia bumerangue promove elevada satisfação com baixo índice de complicações
                    
                    Descrever a técnica de cruroplastia com ressecção em forma de bumerangue e relatar os resultados e a satisfação obtidos em uma série de pacientes operados.
MÉTODO
O paciente é marcado na posição ortostática com os membros inferiores afastados eligeiramenterodados lateralmente. Traça-se a linha mediana vertical na face medial da coxa e a linha transversal paralela à prega inguinal, distando aproximadamente 1 cm da mesma. A partir dessas 2 linhas, avalia-se o excesso cutâneo pela manobra bidigital e é marcada uma linha anterior e diagonal, resultando em uma figura triangular que corresponde ao excesso de pele a ser ressecado. Para a confecção doretalhoem semicírculo,com o intuitode diminuiratensão dacicatriz na localidade que apresenta maiores complicações, traça-se uma linha (bissetriz) que divide ao meio o ângulo súpero-medial do triângulo até o encontro do traçado diagonal anterior. Divide-se a bissetriz em três segmentos iguais. Desenha-se um semicírculo cujo raio é a distância de um terço da bissetriz e o centro é o encontro da mesma com o traçado diagonal. O excesso de pele em forma triangular associado à marcação de um semicírculo na região ântero-superior da coxa apresenta formato de bumerangue, que corresponde ao excesso de pele a ser ressecado. Em pacientes que perderam grande parte do excesso de peso, mas que ainda possuíam lipodistrofias localizadas, realizou-se lipoaspiração associada. O procedimento cirúrgico foi iniciado com o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores abduzidos e as pernas fletidas. O segmento de pele e subcutâneo foi ressecado em forma de bumerangue, preservando a fáscia profunda e a veia safena magna. Posicionou-se um dreno de sucção no local de ressecção. A síntese da ferida foi realizada em 3 planos: subcutâneo, com pontos separados de náilon 3.0; subdérmico, com pontos separados de monocryl 4.0; e intradérmico, com náilon 3.0. Os pacientes permaneceram internados por 3 dias, com malhas compressivas e meias elásticas. Retirou-se a sonda vesical no primeiro dia e o dreno de sucção, quando o débito fosse < 30ml/dia. As malhas compressivas foram usadas por 3 meses. A satisfação dos pacientes foi avaliada no 6º mês após a cruroplastia, por meio de questionário adaptado ao utilizado por Modolin e colaboradores em pacientes submetidos a braquioplastia. Os pacientes responderam a 10 quesitos relacionados aos resultados pós-operatórios: cicatriz, edema, simetria, sensibilidade, contorno, diminuição do peso das coxas, melhora da movimentação, agilidade, facilidade em vestir-se e resultado estético final. Cada quesito comportava 3 respostas (muito bom = 3, bom = 2 e regular = 1), de modo que a nota poderia variar entre 10 pontos e 30 pontos.
RESULTADOS
Dos 16pacientes operados,93%eram do sexo feminino, com média de idade de 46,8 ± 9 anos, perda média de peso de 55 ± 9 kg e índice de massa corporal médio de 28,9 ± 2,38 kg/m2 na ocasião da cruroplastia. Nove pacientes foram submetidos a lipoaspiração, dos quais 7 (44%) foram no mesmo momento da cruroplastia e 2 (12%) foram lipoaspirados 6 meses antes da cruroplastia. Considerando todos os quesitos, a satisfação com o procedimento atingiu o valor médio de 25,8 ± 3,8 pontos do total de 30 pontos (86% de sucesso). A preservação da sensibilidade, a melhora da movimentação, a melhora do ato de se vestir, assim como o resultado estético final foram os quesitos que apresentaram resultados mais positivos, e mais de 90% dos pacientes consideraram o resultado bom ou muito bom. Uma paciente apresentou seroma diagnosticado clinicamente, que foi submetido a punção e evoluiu de forma satisfatória. Não houve deiscências, hematoma e infecções de ferida operatória.
CONCLUSÃO
A cruroplastia bumerangue mostrou-se uma técnica fácil, reprodutível, com reduzido índice de complicações e elevada satisfação para o tratamento cirúrgico da flacidez das coxas em pacientes que apresentaram grandes perdas ponderais.



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