 
                
                 
                
                Skull, Face and Neck - Year 2011 - Volume 26 - (3 Suppl.1)
                        Abordagem cirúrgica da macrostomia: relato de caso 
                    
                    A macrostomia é uma malformação congêita rara, mais comum no sexo masculino e, em aproximadamente 50% dos casos, está associada à malformação do pavilhão auricular e pele, além de poder ser encontrada juntamente com outras alterações craniofaciais que envolvem o primeiro e o segundo arcos branquiais. Podem ser bilaterais ou unilaterais, sendo estas as mais comuns. Explica-se a macrostomia como uma migração incompleta do mesoderma durante o fechamento das estrias embrionárias, entre os processos maxilar e mandibular. O tratamento requer correção cirúrgica em todos os casos.
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é relatar um caso raro de macrostomia unilateral, tratado cirurgicamente com reestruturação do esfíncter muscular oral e com associação de técnicas de rotação de retalhos cutâneos para confecção da comissura labial.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo masculino, 1 ano e 10 meses, raça branca, natural de Natal - RN, internado no Hospital Naval Marcílio Dias, pela Clínica de Cirurgia Plástica, com diagnóstico de macrostomia unilateral à esquerda e apêdice pré-auricular ipsilateral. Submetido a correção cirúrgica da macrostomia através da técnica de Z-plastia com sobreposição do retalho de lábio inferior e superior do músculo orbicular da boca. Permaneceu internado por 48 horas, recebendo alta hospitalar. Seguiu em acompanhamento ambulatorial, com retirada de pontos 15 dias após a cirurgia. A evolução ocorreu satisfatoriamente, com recuperação completa do esfíncter oral e bom resultado estético.
DISCUSSÃO
A macrostomia é uma malformação rara e que apenas pode ser tratada cirurgicamente. Há algumas alterações comumente encontradas nestes pacientes, como incompetêcia de esfíncter oral, com incompetêcia labial, alteração muscular com continuidade do músculo orbicular labial com o músculo zigomático superiormente e o músculo risório, inferiormente e ainda com o término da fenda labial na borda medial do músculo masseter. Estas alterações musculares tornam difíceis os atos mais simples, como se alimentar, mantendo a competêcia oral para os alimentos e para a saliva, além de não preservar a estética da unidade facial. Assim, o desafio da programação cirúrgica está, não somente na reestruturação esfincteriana, mais de tornar harmônica a fenda labial. Em casos de macrostomia unilateral, utilizam-se como parâmetros os pontos anatômicos, principalmente o arco de cupido e o tamanho da fenda até a comissura contralateral. Em casos de macrostomia bilateral, essas medidas devem ser reavaliadas e calculadas por meio de exame físico acurado. A reconstrução do esfíncter oral deve considerar as camadas que o compõem: pele, músculo e mucosa, dando êfase à camada muscular. Descreve-se na literatura que a sutura muscular deve observar uma ordem, com a plicatura da porção superior do músculo orbicular anteriormente à porção inferior, porém sem comprometimento real da função, de acordo com a experiêcia desta Clínica. Em relação ao reparo cutâneo, as técnicas de zetaplastia e w-plastia são amplamente utilizadas e com bom resultado estético-funcional. A necessidade nesta abordagem é a de se evitar as redundâncias de pele, posicionando-se as cicatrizes de forma correta. As cicatrizes "quebradas", por meio das técnicas mencionadas de zeta e w-plastias, costumam evitar retrações e atribuir harmonia à fenda labial. A nomenclatura destas técnicas cirúrgicas ocorre por ocasião das cicatrizes resultantes que assumem estes formatos. No caso apresentado, a opção cirúrgica se baseou na confecção de novo esfíncter oral, com reconstrução da comissura labial e na rotação de retalho local com técnica de zetaplastia, com cicatriz resultante de bom posicionamento anatômico e resultado estético.
CONCLUSÃO
A reconstrução do esfíncter oral é de grande valor funcional para pacientes com macrostomias, uma vez que promove a correção do cinturão muscular perioral. É uma técnica de fácil execução, com resultados satisfatórios do ponto de vista estético e funcional.



 Read in Portuguese
Read in Portuguese
                     Read in English
Read in English
                     PDF PT
PDF PT
                     Print
                    Print
                 Send this article by email
                    Send this article by email
                 How to Cite
                    How to Cite
                 Mendeley
                    Mendeley
                 Pocket
                    Pocket
                 Facebook
                    Facebook
                 Twitter
                    Twitter