ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175

Em 2020, o sábado e o domingo do período de folga registraram 340 casos, enquanto que neste ano foram 2.992

Por Eduardo Paganella

O número de veranistas com queimaduras provocadas por águas-vivas cresceu quase nove vezes no Carnaval de 2021 nas praias do Litoral Norte, na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados da Operação Verão compilados pelo Corpo de Bombeiros apontam que, em 2020, o sábado e o domingo de folia registraram 340 casos. No mesmo período deste ano, foram 2.992 ocorrências por queimaduras.

Conforme o chefe de operações do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, major Isandré Antunes, além do clima mais firme em 2021, o número de veranistas entrando na água aumentou significativamente.

— O comportamento neste ano parece ser mais agressivo. As pessoas estão ficando mais tempo na água — disse Antunes.

Além disso, o número de ações preventivas dos guarda-vidas passou de 5,6 mil no Carnaval passado para mais de  19,2 mil em 2021. De acordo com o oceanógrafo da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Renato Nagata, uma possibilidade é que o mar esteja menos revolto no litoral gaúcho em 2021, o que faz os animais se aproximarem mais da costa.

— Uma hipótese é que, com a água menos revolta, sem grandes ondulações, esses animais se deslocam para mais perto na água. Com essa situação de haver mais banhistas, a incidência de maior número de registros é provável — destacou.

O que fazer em caso de queimadura por água-viva

Em reportagem de dezembro, Eduardo Chem, cirurgião plástico e diretor do Banco de Pele da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, orientou que a primeira coisa a se fazer ao sentir que foi queimado por uma mãe d’água é sair do mar e procurar abrigo em um local que não pegue sol. Em seguida, é preciso lavar a ferida com água salgada — do mar mesmo —, passar vinagre para neutralizar a toxina liberada pelo animal e fazer com que ela não se espalhe.

Soro fisiológico e solução de bicarbonato de sódio com água também podem ser utilizados no primeiro momento, salienta a dermatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Lia Dantas. A água doce (da torneira ou mineral) não deve ser utilizada, pois aumenta a liberação de veneno dos tentáculos do animal e piora a queimação e a dor.

— Nunca se deve esfregar a ferida ou ficar no sol, tem que procurar uma sombra, sair da praia — enfatiza Chem.

Lia reforça ainda que o álcool gel ou líquido, que tem sido essencial neste último ano, não é recomendado para esse tipo de situação, pois pode queimar ainda mais a pele que já está machucada. A água gelada e a urina também não são eficientes.

Além disso, é preciso retirar os tentáculos que, por ventura, permaneçam grudados na pele. No entanto, essa retirada deve ser feita com uma pinça ou algum objeto semelhante que possa ser utilizado, e nunca com a mão.

 

Fonte: Gaúcha Zero Hora – GZH
Leia a matéria no site

Indexers

Licença Creative Commons All scientific articles published at www.rbcp.org.br are licensed under a Creative Commons license