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                        Rotina do Laboratório de Microcirurgia do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
                    
                    Treinar, capacitar e introduzir o médico residente na prática da microcirurgia para posterior aplicação clínica em Cirurgia Plástica Reparadora.
MÉTODO
Inicialmente é realizada uma revisão teórica, ministrada por cirurgião experiente, sobre todos os aspectos relacionados ao protocolo de treinamento. Após isso, cada treinando recebe instruções teórico-práticas para manipular os animais de pesquisa, manusear o material cirúrgico e o microscópio. Após essa etapa, passa-se para o treinamento prático inicial, que tem regime individual e independente. Nessa fase, o treinamento planeja permitir o aprendizado de suturas microcirúrgicas. O primeiro exercício de suturas simples a ser realizado é feito em segmentos de luvas de látex. Inicia-se com suturas em incisões longitudinais e depois se passa à confecção de cilindros de diâmetro 1 mm na luva - realizam-se duas incisões de 3,14 mm distante uma da outra. Dessa forma, simulam-se dois vasos para posterior treino de sutura para anastomose vascular. Nesse momento, o cirurgião tem a oportunidade de realizar suturas em níveis crescentes de dificuldade, uma vez que a confecção do tubo e posterior simulação da anastomose fazem parte do procedimento. Em um segundo momento, introduz-se ao cirurgião a capacidade de realizar suturas vasculares. A etapa consta da realização de suturas em vasos em peças anatômicas de animais, visando estabelecer as bases para a aplicação do treinamento em humanos. Nesse exercício, o treinando disseca a peça e identifica o vaso que deverá ser seccionado e anastomosado microcirurgicamente. Faz parte dessa etapa ressecar a camada adventícia do vaso e dilatar a luz dos cotos vasculares. O treinamento é realizado semanalmente pelos residentes, com duração de 4 horas, por um período de 4 meses. Estão contemplados no projeto a dissecção e a confecção de microanastomoses vasculares nos vasos femorais do modelo animal. O acompanhamento e verificação da permeabilidade são realizados pelo próprio residente. Os vasos femorais apresentam a vantagem de fácil abordagem na região inguinal, bilateralidade nos membros inferiores, possibilidade de execução de retalhos cutâneos em ilha baseados em um ramo superficial e preservação da circulação do membro inferior em caso de ligadura vascular. No treinamento, o indivíduo inicialmente desenvolve a técnica de dissecção e das anastomoses arteriais terminoterminais. Após completá-las com êxito, é permitido que sejam realizadas as anastomoses venosas terminoterminais. A segunda parte do protocolo inclui a realização das anastomoses arteriais e venosas terminolaterais, bem como enxertos venosos. A sutura microscópica varia entre 6 e 8 pontos. Em seguida, a pinça é liberado. A anastomose é testada pelo fluxo adequado através do vaso.
RESULTADOS
Observa-se que a evolução no aprendizado da técnica ocorre naturalmente. É possível perceber que o residente vai conquistando índices crescentes de patência vascular, bem como menor ocorrência de complicações relacionadas à técnica, como trombose e isquemia. É observada, ainda, diminuição na perda de ratos com o passar do treinamento.
CONCLUSÃO
A microcirurgia é atualmente uma técnica indispensável para reconstruções complexas, sendo assim um componente essencial no treinamento do cirurgião plástico. O treinamento para a aquisição e o aperfeiçoamento da habilidade de sutura microvascular utilizando os vasos femorais do rato reproduz com acurácia o calibre dos vasos digitais humanos e possibilita, também, a confecção de diversos tipos de microanastomoses vasculares. Com isso, pode ser oferecido ao indivíduo em treinamento a possibilidade de iniciar suas atividades na atmosfera de um centro de pesquisa e que, posteriormente, estes conhecimentos adquiridos sejam aplicados no ambiente hospitalar.



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