ISSN Online: 2177-1235 | ISSN Print: 1983-5175

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Articles - Year2001 - Volume16 - Issue 3

RESUMO

A subespecialização é uma realidade mundial. A cirurgia plástica, como especialidade, cada vez mais se subdivide. Este trabalho faz referência ao setor ambulatorial, tecendo algumas considerações a respeito, salientando algumas exigências e vantagens desse tipo de procedimento.

Palavras-chave: Cirurgia plástica ambulatorial; procedimentos cirúrgicos; patologias ambulatoriais

ABSTRACT

Subspecialties are a worldwide reality. Plastic surgery, as a specialty, is increasingly subdividing. This paper refers to outpatient sector; making comments on it and emphasizing some requirements and advantages of this type of procedure.

Keywords: Outpatient plastic surgery; surgical procedures; outpatient pathologies


Define-se Cirurgia Plástica Ambulatorial como o ramo da cirurgia que atua na reparação operatória de defeitos adquiridos ou deformidades congênitas bem como de desarmonias de ordem estética, cujas intervenções podem se realizar em ambulatório. Ela se divide em grande cirurgia ambulatorial, realizada em pacientes não hospitalizados, sob qualquer tipo de anestesia e em que e necessário um período de observação ou recuperação pós-operatória, com alta no mesmo dia, e pequena cirurgia ambulatorial, realizada sob anestesia local, com alta imediata do paciente(l).

A simplificacao de procedimentos cinirgicos com o objetivo de diminuir custos, observando, porem, sempre princípios basicos de seguranca(l), e o que norteia a cirurgia plástica ambulatorial.

Os limites de risco de um procedimento ambulatorial podem tornar-se ampliados e complicados, dai a necessidade de uma boa estrutura hospitalar, ou seja, o local deve ter condicoes minimas de ambiente cirurgico: lavabo, sala cirurgica equipada com mesa cirurgica e material adequado, foco de luz, aspirador, bisturi eletrico, suporte para soro, negatoscopio, equipamentos de oxigenio e de ressuscitacao (laringoscopio, canulas para entubacao orotraqueal e respirador mecanico)(2). Uma avaliacao pre-operatoria adequada, de cada caso, pelo anestesista e pelo cirurgiao, e o primeiro passo para garantir mais seguranca. 0 anestesista se preocupa com a indicacao anestesica, com o perfil psicologico do paciente e com a avaliacao da extensao operatoria; e, em pacientes ASA* 2 (doencas sistemicas controladas), e 3 (disttirbios sisternicos de dificil cornpensacdo), dispensa cuidados anestesicos mais intensivos. A utilizacao de novas drogas, como o Etomidato, Propofol, Ropivacaina; inalatorios, como Sevoflurano, Isoflurano e opioides do tipo Alfentanil, Sulfentanil, proporcionam urna cirurgia mais tranquila e urn posoperatorio com menor indice de complicacoes e a possibilidade de alta precoce. Procedimentos cirurgicos ambulatoriais de urgencia sao de primaria e suma importancia por serem vitais ao paciente em situacoes de risco. A manutencao das vias aereas e acessos venosos cirurgicos deve estar ao alcance do cirurgiao(3).

Pode-se citar algumas das principais patologias tratadas ambulatorialmente em cirurgia plástica: 1 -Afeccoes de pele e anexos (lipomas, nevus, neoplasias benign as e malignas epiteliais, cicatrizes patologicas); 2 - Maos (cisto sinovial, panaricio, tenossinovites, traumas com amputacoes parciais); 3 -Regiao perineal (cisto pilonidal sacrococdcigeo, hipertrofia de pequenos labios, trauma de partes moles); 4 - Face (nasal, palpebral, orelhas, craniomaxilofacial, deformidades congenitas e adquiridas); 5 - Mamas (hipomastia, ptose mamaria, alteracoes de mamas e mamilares, ginecomastia); 6 - Contorno corporal (lipodistrofia corporal, deformidades congenitas e adquiridas); 7 - Couro cabeludo (alopecias, tumores, cicatrizes )(2).

Com o advent() de novas tecnicas e tecnologias, os procedimentos ambulatoriais nesse campo ganharam aliados como o Laser, a Toxina Botulinica(4) e implantes de materials aloplasticos, dentre outros, proporcionando uma importante melhoria na qualidade de vida dos pacientes(5). Muito embora os progressos obtidos, e por vezes questionados - o Laser, por exemplo, como tecnica associada a cirurgia, hoje "se transformou num grande negocio ou num avanco da ciencia?"(6) -, as modificacoes inseridas sao bem-vindas, desde que se provem os beneficios obtidos(7).

Faz-se necessario observar ainda a cirurgia plástica ambulatorial de forma pratica, em melhores condicoes pre, intra e pos-operatorias. Em qualquer situacao, o diagnostico correto e uma boa relacao medicopaciente e fundamental.

No pre-operatorio e necessaria uma avaliacao conjunta com o anestesiologista, dando ao paciente respostas para suas duvidas e enfocando suas necessidades proprias, para que o procedimento transcorra com tranqiiilidade.

No intra-operatorio deve-se observar a necessidade de sedacao (unto quanto no pre) e a rapidez no ato, para que ele seja realizado no menor tempo possivel e com maior resolutividade. Ja no pos-operatorio (imediato e tardio) devem ser feitas reavaliacoes permanentes do campo alem do acompanhamento das condicoes gerais do paciente. Com o auxilio de medicacoes modernas, e possivel antecipar a alta.

Tambem e de suma importancia o contato telefonico e a proximidade do ambulatorio de um centro medico, para qualquer eventualidade, o que contribui para a seguranca e o pleno exito da cirurgia.

Em algumas cidades, e cada vez mais, a cirurgia plastica ambulatorial e uma realidade que apresenta intimeras vantagens, tanto para o medico quanto para o paciente, entre as quais podemos citar: a breve permanencia do paciente no hospital, resultando num menor risco de infeccao hospitalar; o menor custo do procedimento, a recuperacao pos-operatoria mais rapida e descomplicada, com menos nauseas, vomitos, e outros inconvenientes comuns no caso de uma cirurgia hospitalar convencional.

BIBLIOGRAFIA

1. SOUZA JAG, SILVA AD. Cirurgia Ambulatorial. Clinica Bras. Cir. (CBC). 1999; ano V - vol. I, 133-142.

2. FREITAS J, FIGUEIREDO AHB. Cirurgia de Ambulatorio.1988; 17-68.

3. RAMENOFSKY ML, EASTMAN AB. Suporte Avancado de Vida no Trauma. Colegio Americano de Cirurgilies, Comiti de Trauma, 1993; 47-73, 971-14.

4. EDELSTEIN C, SHORR N, GOLDBERG R. Oculoplastic experience with cosmetic use of botulinum A exotoxin. Dermatol. Surg.1998; 24(11): 1208-12.

5. RANKIN M, BORAH GL, WEY PD. Quality-of-life outcomes after cosmetic surgery. Plast. Reconstr. Sutg.1998; 102(6):2139-45.

6. HOBENLENTNER U, LANDTHALER M. Laser technology in dermatology: quo vadis - sciencie or business? Hautarzt. 1998; 49(6) : 623-5.

7. KAO YS, LlN CH, FANG RH. Epicanthoplasty with modified Y-V advancement procedure. Plast. Reconstr. Sur g. 1998; 102(6) : 1835-41.




I - Membro Aspirante da SBCP Especialista em Cirurgia Geral.

Endereço para correspondência:
Eduardo Morais Beretta
R. Messias Ferreira da Palma, 525
Dracena -SP 17900-000
Fone: (18) 821-1729/5913

 

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