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Ritidoplastia para tratamento de lipodistrofia facial em paciente HIV+
A síndrome de lipodistrofia é uma alteração da distribuição do tecido gorduroso corporal em paciente HIV+ em Terapia Anti-retroviral Altamente Ativa (HAART), ou mais conhecido como coquetel. É caracterizada por ganho de gordura central (abdome, mamas, região cérvico-dorsal - "Bufalo Hump") e atrofia da gordura da face e membros. A teoria etiológica mais aceita é o uso de inibidores da transcriptase reversa, principalmente a estavudina (D4T). Sua prevalência varia de 18% a 70% entre os pacientes expostos a tais medicações. Causa importante impacto na qualidade de vida desses indivíduos, culminando, muitas vezes, no abandono do tratamento anti-retroviral. No momento, não há terapêutica que reverta todas as modificações na imagem corporal do paciente, nem mesmo a interrupção dos medicamentos. Porém, por meio de procedimentos clínicos e cirúrgicos, consegue-se a melhora dessas alterações. Dentre todos os segmentos corporais acometidos pela síndrome, a face é a mais marcante. Para seu tratamento tem se utilizado o preenchimento com metacrilato (PMMA), com bons resultados, porém necessitando de várias aplicações complementares e dolorosas.
OBJETIVO
Avaliar os resultados da ritidoplastia nesses pacientes e, desta maneira, aumentar as opções terapêuticas dos tão indesejáveis estigmas do paciente HIV+.
RELATO DO CASO
Relato de caso de um paciente portador do vírus da imunodeficiênciahumana (HIV) e de lipodistrofia facial decorrente do uso crônico de antiretrovirais. O mesmo foi submetido a ritidoplastia no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Geral de Vila Penteado, em outubro de 2010. Foi avaliado e liberado pela equipe de infectologia para intervenção cirúrgica, por meio dos níveis de CD4, CD8, carga viral, além da presença de outras comorbidades, e seus respectivos tratamentos. Foi fotografado antes e após o tratamento cirúrgico, com o objetivo de constatar o resultado obtido e sua manutenção.
No pré-operatório, o paciente apresentava aumento do volume facial, principalmente nos terços médio e inferior da face, às custas de aumento de tecido celular subcutâneo. Apresentava, também, excesso de gordura no submento, além da giba em região cervical posterior. Realizou-se descolamento ao nível de subcutâneo acima do SMAS, através de incisão de terço médio facial de ritidoplastia clássica. Além do procedimento padrão de ritidectomia clássica, o paciente foi submetido a extensa lipectomia facial. O acesso submento foi utilizado para complementar a lipectomia, bem como corrigir as bandas platismais. Optou-se por correção da giba cervical por meio de lipoaspiração.
DISCUSSÃO
No pós-operatório de 15 dias, nota-se importante diminuição do volume facial do paciente, apesar de ainda apresentar edema facial moderado, decorrente do pós-operatório recente. Houve, também, melhora do contorno facial, com demarcação da transição do terço médio e inferior. Nesse período, o paciente cursava com paralisia facial temporária à direita, provavelmente por manipulação cirúrgica. No pós-operatório de 30 dias, observou-se melhora acentuada do edema, e contorno facial mais harmonioso. Além disso, ocorreu recuperação completa da função motora da face.
CONCLUSÃO
Com o emprego da ritidoplastia, observou-se melhora importante do contorno facial do paciente, com redução dos estigmas da lipodistrofia facial em paciente HIV+. Houve obtenção de traços harmoniosos e esteticamente agradáveis, observação corroborada pelo excelente grau de satisfação do paciente. Com isso, sugere-se que a ritidoplastia pode vir a ser mais uma opção importante no arsenal de tratamento de lipodistrofia facial do paciente HIV+.

Figura 1 - Pré-operatório de ritidoplastia.

Figura 2 - Pré-operatório de ritidoplastia

Figura 3 - Pré-operatório de ritidoplastia.

Figura 4 - 15 dias de pósoperatório de ritidoplastia.

Figura 5 - 15 dias de pósoperatório de ritidoplastia.

Figura 6 - 30 dias de pósoperatório de ritidoplastia.



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